sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

SANTO ANTÃO DA BARCA


Fiéis de Santo Antão da Barca ainda acreditam que barragem do Sabor não será construída
Fé à prova d’ água

Descendo por caminhos íngremes em terra batida rumo ao vale criado pelo rio Sabor, as paisagens chegam-nos como retratos místicos e quase sagrados. Não admira, por isso, que depois de uns quilómetros, surja o conjunto de edifícios que constituem o santuário de Santo Antão da Barca, na freguesia de Parada, concelho de Alfândega da Fé. Local de devoção e romaria, cuja origem se perde no tempo e na memória dos mais velhos, o templo, com o rio Sabor como vizinho, ressalta à vista até dos mais descrentes.
Erguida num local conhecido como Poço da Barca, há mais de dois séculos, a mando dos Távoras, a capela terá substituído, segundo se conta, um outro templo mais antigo, também dedicado a Santo Antão.
Assim sendo, não é de estranhar que os devotos se manifestem contra a construção da barragem do Sabor, que inundará a zona onde se ergue o templo e que, no mês de Setembro, atrai milhares de peregrinos que chegam de toda a região.
Criada a albufeira, o santuário ficará submerso, pelo que se pondera “mudar” o edifício para uma zona mais elevada. Contudo, nenhuma solução agrada aos fiéis, que continuam a acreditar que a barragem não se construirá.
“O meu desejo é que nunca consigam concluir as obras, porque o nosso Santo sempre esteve ali e é ali que deverá continuar”, opinou Adélia Vila, habitante de Parada.
Por: Sandra Canteiro

sábado, 15 de agosto de 2009

SANTO ANTÃO

Santo Antão do Deserto, também conhecido como Santo Antão do Egipto, Santo Antão, o Grande, Santo Antão, o Eremita, Santo Antão, o Anacoreta, ou ainda O Pai de Todos os Monges, é comummente considerado como o fundador do monaquismo cristão.
Uma vez que o seu nome latino é Antonius, em traduções displicentes de obras onde o seu nome figura para a língua portuguesa, o nome do santo tem sido vertido como António do Deserto, do Egipto, o Grande, ... (nome que, de resto, mantém nas demais línguas europeias), mas que tem suscitado confusões, pela homonímia, com o Santo António de Lisboa. Trata-se, pois, de dois santos distintos e, para melhor diferenciá-los, é preferível optar pelo nome - de resto já consagrado pela tradição vernácula -, de Santo Antão.
A sua vida foi relatada por Santo Atanásio de Alexandria, na Vita Antonii cerca de 360. Segundo este, teria nascido em 251, na Tebaida, no Alto Egipto, e falecido em 356, portanto com cento e cinco anos de idade.
Cristão fervoroso, com cerca de vinte anos tomou o Evangelho à letra e distribuiu todos os seus bens pelos pobres, partindo de seguida para viver no deserto. Aí, segundo o relato de Atanásio, e tal como sucedera com Jesus, foi tentado pelo Diabo, mas por muito mais que os quarenta dias que durou a Jesus, não hesitando os demónios em atacá-lo. Porém, Antão resistiu às tentações e não se deixou seduzir pelas tentadoras visões que se multiplicavam à sua volta.
O seu nome começou a ganhar fama, e começou a ser venerado por numerosos visitantes, sendo visitado no deserto por inúmeros peregrinos.
Em 311 viajou até à Alexandria para ajudar os cristãos perseguidos por Maximino Daia, e regressou em 355 para impugnar a doutrina ariana. Foi considerado santo em vida, capaz de realizar milagres. Levou muitos à conversão. Morreu centenário no ano de 356.
A vida de Santo Antão e as suas tentações inspiraram numerosos artistas, designadamente Hieronymus Bosch, Pieter Brueghel, Dali, Max Ernst, Matthias Grünewald, Diego Velázquez ou Gustave Flaubert.
Os religiosos que, tornando-se monges, adaptaram o modo de vida solitário de Antão, chamaram-se eremitas ou anacoretas, opondo-se aos cenobitas que escolheram viver em comunidades monásticas.
Em 1095, foi fundada uma ordem à qual foi atribuído o seu nome: os Antonianos (Canonici Regulares Sancti Antonii - CRSA).
O mais reconhecido Padre do Deserto e um dos maiores Padres da Igreja é celebrado por todas as confissões cristãs a 17 de Janeiro.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

LOCALIZAÇÃO

Santo Antão da Barca, situado praticamente a meio da percurso do rio Sabor, está ameaçado de ficar submerso pelas águas da barragem que vão construir por aqui, ele e parte importante do percurso do rio mais selvagem da Europa.

O eremita Santo Antão é o santo da devoção dos milhares de pessoas que todos os anos, em Setembro, acorrem ao santuário localizado num vale profundo, junto ao rio Sabor, ladeado por margens íngremes, território de três concelhos diferentes.
Nenhuma pessoa viva pode precisar quando começou a devoção a Santo Antão da Barca, cujo santuário é ainda hoje palco de uma romaria que junta num vale profundo, dividido pelo rio Sabor, a seis quilómetros de Parada, freguesia do concelho de Alfândega da Fé a que pertence a capela, milhares de pessoas todos os anos, no primeiro fim de semana de Setembro.

Para lá vão dois caminhos, um que parte do lugar de Sardão, no concelho de Alfândega da Fé, e outro de Meirinhos, no concelho de Mogadouro, fazendo ainda fronteira com a ermida as freguesias de Carviçais e Felgar, do concelho de Torre de Moncorvo.
Hoje em dia, os carros descem ao vale, através de um caminho íngreme mas possível até para os veículos sem tracção, e o regresso, por isso, acontece mais cedo. Mas em tempos, era a pé ou de macho que o percurso de cerca de sete quilómetros a partir do lugar de Sardão era feito.

BEM-VINDOS